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A Cruz Vermelha Portuguesa – CVP – tem como pano de fundo de toda a sua ação o esforço para prevenir e aliviar o sofrimento humano, em Portugal e no mundo.

Um pouco por todo o país, na sua ação quotidiana cumpre a sua missão nas mais diversas áreas de atuação, e num momento tão difícil com este, este é um desafio ainda mais urgente e relevante.

Com vários projetos no âmbito do Corpo Europeu de Solidariedade são muitos os jovens voluntários que passam esta fase do seu projeto longe do seu país de origem e das suas famílias, mantendo o entusiasmo nos seus projetos que, por estes dias, sofreram uma transformação grande e trabalham agora para minimizar o impacto da pandemia nas suas comunidades de acolhimento.

 

Do concelho mais pequeno de Portugal chega-nos o exemplo do Centro Humanitário de São João da Madeira da CVP.

A Elena Garcia, de 25 anos e voluntária do Corpo Europeu de Solidariedade, é licenciada em Psicologia e criou uma oficina on-line de bem-estar e conexão a pensar nos outros e no seu bem-estar. Para os responsáveis, este é um exemplo muito interessante e útil de servir a comunidade porque

“Sabemos que todos têm estado por casa e que estão a encarar este desafio com a maior seriedade e responsabilidade. E como queremos que mantenham os níveis de ansiedade e stress cá em baixo, decidimos transformar esta atividade, levando-a a casa de cada pessoa (miúdos e graúdos), em formato on-line.”

A primeira sessão foi dinamizada no dia 26 de março e o ritual tem-se repetido, diariamente, pelas 10h. E para Elena, esta foi uma extenção óbvia do seu projeto de voluntariado. Como ela própria testemunha,

“Após a chegada desta crise humana e sanitária, decidi adaptar o projeto Bem-estar e Conexão, com práticas on-line abertas à comunidade e que ajudam a nossa saúde, criando um espaço seguro para suporte e partilha, para melhorar o nosso sistema imunológico e reduzir a ansiedade. Durante 20 minutos, realizamos 3 tipos de respirações conscientes, inspiradas na Medicina Ayurvédica e no Yoga. Juntos, contamos com essa rotina saudável que nos permite começar o dia de maneira descontraída e consciente.”

Em Cucujães, na delegação local, mais 2 exemplos de voluntários inspiram a comunidade.

Atualmente, trabalham num lar de 3ª idade com outros voluntários locais da Cruz Vermelha. Ajudam a equipa com tarefas diárias como limpeza, trabalho na cozinha ou lavandaria. Trabalham com equipamento especial de proteção pessoal porque apesar de ser incómodo, a segurança é fundamental para todos e só com essa premissa é possível manter a atuação.

Grzegorz Bednarek, voluntário polaco, conta-nos um pouco do seu quotidiano:

“Normalmente trabalho das 9 às 16 horas, depois volto para a sede da Cruz Vermelha e às vezes também trabalho lá ajudando a distribuir comida, porque termino meu trabalho na Cruz Vermelha às 17. Gosto de trabalhar no lar durante esse período porque é um trabalho duro, mas dá muita satisfação.”

Vincenzo Traina, voluntário italiano no mesmo projeto é um pouco mais efusivo e faz questão de explicar porque sentiu que este era um projeto ao qual precisava de se entregar:

“Em Cucujães a batalha contra a Covid-19 continua por toda a comunidade e nós estamos na linha de frente. Não acreditava que essa organização pudesse ser tão importante e eficiente. As tarefas de apoio às difíceis realidades circundantes alegram-nos, sobretudo por causa dos sorrisos das pessoas que lutam todos os dias. Eu, vindo da Itália que está em situação ainda pior, posso dizer que encontrei uma comunidade excelente, especialmente na Cruz Vermelha.

Aqui em Cucujães, em Portugal, aprecio muito o respeito que as pessoas têm por um estrangeiro como eu e a boa vontade de quem faz o bem. Decidi entregar-me a este país e, portanto, ser capaz de oferecer a maior ajuda possível num momento de tanta dificuldade. “

Da delegação de Vila Nova de Gaia, são Erató Vallianatou e Giulia Tempesta que, mesmo tendo regressado aos seus países de origem, continuam o projeto à distância, a realizar atividades virtuais, e que nos mostram como são os seus dias na luta contra a Covid—19. Para ambas, a regra é não parar, agir e criar ideias e projetos que sejam úteis e interessantes para todos:

“Perante o estado de pandemia, encontramo-nos a desenvolver diferentes atividades virtuais nomeadamente: construção de um manual de língua grega e italiana que irá servir de apoio a um workshop online (via Zoom) com jovens voluntários; diferentes ações de sensibilização relativas ao ambiente e à sua relação com o atual estado de pandemia, A TERRA ESTÁ A RESPIRAR; estratégias para lidar com o isolamento social; ações de sensibilização quanto ao corpo e os seus movimentos, uma vez que perante a COVID19 manter o bem-estar físico e mental é essencial. Brevemente vamos dar início à partilha de informação relativa ao CES, dos passos da candidatura à sua concretização. As aulas de português ocupam um espaço muito importante no nosso dia-a-dia uma vez que ao aumentar o conhecimento sobre a língua sentimos que nos tornamos voluntárias mais solidárias uma vez que, nos permite estar mais próximo na comunicação com os outros, seja esta on-line ou off-line.”

Nas delegações de Braga e de Guimarães o entusiasmo é o mesmo e a vontade de ser útil e servir a comunidade sente-se em cada palavra.

Com um trabalho desenvolvido sobretudo em ambiente on-line, o desafio de partilhar informação e de criar condições para que o público em geral cuide da sua saúde física e mental ocupa um lugar central dos seus projetos

Em Braga a Francesca e a Sélène, voluntárias de Itália e França, respetivamente, não escondem a alegria em fazer parte de um projeto que toca a vida das pessoas e de um programa como o Corpo Europeu de Solidariedade que lhes deu a inesperada oportunidade de viver este momento da história noutro país:

“Durante esta emergência, tivemos a oportunidade de criar campanhas online destinadas a inspirar e informar as pessoas sobre a importância de cuidar de si e do seu bem-estar mental. Também ajudamos o Ponto Vermelho a acompanhar o fluxo de doações para fornecer roupas e itens básicos ao Abrigo de Emergência da Cruz Vermelha. Estar envolvidos nesses pequenos projetos, bem como no Ponto Vermelho, ajudou-nos a perceber a importância das pequenas contribuições para os benefícios da comunidade local e, às vezes, elas também podem ter um alcance maior. Isso cumpre exatamente o objetivo do nosso projeto no Corpo Europeu de Solidariedade e na Juventude da CVP: Se atuares localmente, podes realmente mudar a situação global. Somos pequenas gotas no oceano e adoramos!”

Em Guimarães

"ajudamos a preparar kits de higiene e de roupa para pessoas em situação de sem abrigo e alguns cabazes de emergência social. Além disso, na última semana ajudámos a distribuir máscaras que foram produzidas pelas voluntárias mais idosas a todos os voluntários e sócios da delegação."

 

E são todos estes exemplos importantes de inspiração para os valores europeus, para a solidariedade e para a participação na vida das comunidades que o Corpo Europeu de Solidariedade oferece aos seus jovens voluntários, e às organizações que desenvolvem trabalho ao serviço das comunidades.

 

Num tempo onde a incerteza se abate e a tentação de ver o mundo em tons de cinzento ganha força, estes exemplos que se espalham pelo país oferecem um colorido inspirador e recentram a atenção e o esforço no desafio de aproveitar as oportunidades e os desafios que os dias nos colocam, servindo de exemplo a tantos outros.

Este artigo é da responsabilidade da Agência Erasmus+ Juventude em Ação. Todas as imagens são propriedade da Cruz Vermelha Portuguesa.

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